quinta-feira, 15 de abril de 2010


FONTE DO ITAJURÚ


Embora não haja documentação relativa ao século XVI, com referências à Fonte do Itajurú, é muito provável que suas águas abastecessem o acampamento de pesca tupinambá, situado na duna Boa Vista (entre outros locais de pesca indígena), além de fornecer água potável às fortalezas e embarcações européias que traficavam pau-brasil na região, entre 1503 e 1615.
Em 1615, para se estabelecer o primeiro núcleo urbano da Cidade de Cabo Frio, no bairro da Passagem, foi levado em conta o problema de água potável na região, encontrado apenas na restinga e nas águas correntes da Fonte do Itajuru, próximo ao Morro da Guia.
Graças a excelente água potável de cor cobre das raízes da tatagiba da Fonte do Itajurú, foi possível a colonização de Cabo Frio. Este manancial abasteceu a cidade até metade do século XX.
Em 1847, data da visita do Imperador D. Pedro II à Cabo Frio, a Câmara põem em prática o projeto de reparo do Major Bellegarde, morto em 1939, e constrói, em proteção a fonte, uma guarida de pedra, com o teto revestido e decorado com azulejos importados. Na sua parte externa é colocada em argamassa a Coroa Imperial, que se mantém até hoje um pouco desgastada pelo tempo.
Em 1892, são construídas por ordem da Câmara, uma caixa d’água na encosta do Morro da Guia e uma casa de máquina junto à fonte, onde a água é impulsionada por uma bomba até a caixa.
Em 1896, o Dr. Adolpho Lindemberg se propõe a fazer as obras de encanamento das águas da Fonte do Itajuru para o centro da cidade. A Câmara aceita com a condição de que as bicas sejam colocadas para maior comodidade do público, nos seguintes pontos: uma no Largo de Santo Antônio; outra na Travessa do Ribeiro; outra ao lado da cadeia (atual Érico Coelho), e outra ao lado do Prédio Municipal (Av. Assunção).
Estas obras são contestadas pelo Procurador e Síndico da Ordem Terceira, Benjamim Luiz de Santa Rosa. Diz ele que a Câmara não pode edificar a caixa d’água no Morro da Guia, para abastecer a cidade, sem consentimento do Reverendíssimo Provincial, verdadeiro e legítimo proprietário daquele imóvel.
A Assembléia Municipal comunica então ao reverendo, que precisa do Morro da Guia e parte de seus terrenos baixos, por onde devem passar as obras de abastecimento d’água. Por isso, que solicita a área como de utilidade pública.
Finalmente, no dia 29 de agosto de 1897, às cinco horas da tarde, teve lugar a inauguração das obras de canalização das águas do Itajurú.
Em 1920, é colocado um motor a óleo cru, com força de cinco cavalos, construída uma casa para o referido motor e mais maquinários.
Com o crescimento da cidade, a água do Itajuru passou a ser insuficiente para atender todo o consumo. Vários poços foram perfurados nas residências, e a água passou a ser retirada com bombeamento manual para as caixas d’água. A Fonte do Itajuru foi caindo no abandono.
Em 1945, o Estado inicia obras para a captação de águas do lençol freático do Braga. Constrói a estação de tratamento, e em 1951, inaugura o serviço de abastecimento.
Em novembro de 1979 a Prefeitura Municipal de Cabo Frio compra, de particulares, a área da fonte do Itajuru, contrata o Professor Adail Bento Costa para o serviço de restauração e cria em seu entorno o primeiro Parque Municipal de Cabo Frio.

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